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Rolando Toro Araneda
Fragmentos da carta que Rolando Toro escreveu em Santiago do Chile - 14 de fevereiro de 2010.
(...) Muitas pessoas não sabem que tem uma divindade dentro de si. A natureza essencial do humano é a eterna celebração da vida. Esta condição lhe revela uma visão iluminada sobre si mesmo e sobre o mundo.
A iluminação interior não é um privilégio pessoal. Estar iluminado para si mesmo não basta. Nossa luz é para iluminar aos que permanecem na escuridão, para poder vê-los em sua essência e transmitir-lhes luz.
Viver é uma oportunidade muito especial, a oportunidade de perceber “o humano eterno” e sentir no corpo o prazer da sacralidade da vida.
Adquirir essa conexão com o esplendor da vida é essencial.
Em realidade, a iluminação, da qual se fala frequentemente como fenômeno excepcional cheio de conotações místicas, misteriosas e ocasionais, é uma condição natural de todos os seres humanos.
Trata-se de uma mudança de visão sobre nós mesmos e sobre o significado da vida. É um novo modo de vincular-se aos outros e enfrentar as dificuldades como parte de nosso trabalho alquímico, aceitando a abundância e a beleza que gera o AMOR.
Somos muito mais do que aquilo que geralmente pensamos.
Somos criaturas cósmicas capazes de amar a beleza!

Rolando Toro Araneda nasceu em Concepción, Chile, em 19 de abril de 1924.
Psicólogo e antropólogo lecionou a Cátedra de Psicologia de Arte e de expressão, no Instituto de Estética da Pontifícia Universidade Católica do Chile. Como Docente do Centro de Antropologia Médica, na Escola de Medicina da Universidade do Chile, nesse período, realizou investigações sobre a expressão do Inconsciente e os estados de expansão da consciência.
Foi nomeado professor emérito da “Universidade Abierta Interamericana de Buenos Aires, Argentina”.
Entre os anos de 1968 e 1973 começou suas experiências com a Biodanza (chamada neste período Psicodanza). Aplicou este sistema no Hospital Psiquiátrico de Santiago e no Instituto de Estética da Universidade Católica de Chile.
Rolando Toro buscou sua inspiração em fontes antropológicas e etnológicas, nas ciências da vida para a criação do sistema Biodanza. É também poeta e pintor, publicou vários livros de poesia e de psicoterapia e também fez exposições de pintura no Brasil e na Itália.
Toro viveu no Chile, Argentina, Brasil e Itália. Segundo Rolando, sua mais íntima profissão é ser poeta.
Em 2001, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por sua criação.
Em 2010, faleceu aos 85 anos.
Foto: Silvia Eike